terça-feira, 22 de novembro de 2011

Mulheres de Jundiá

          É domingo de tarde, estou em meu quarto e ainda não sei o que colocar no papel sobre essas mulheres. Começo então a interrogar-me sobre a importância delas para o nosso desenvolvimento. Comecei então a pensar: Como essas mulheres viveram? Em que época elas nasceram? O que enfrentaram? Como se saíram?... Bem, não posso dizer que tenho respostas para todas as perguntas. Até porque se for falar de todas, isso aqui viraria um livro. Umbelina Francisca, Vituriana Maria, Maria do Carmo, Hildete Verçosa, Maria José, Maria Noemia e tantas outras, cada uma com sua história e seu grau de contribuição para nosso crescimento, mas o que é interessante perceber é que todas elas sempre tiveram muitas dificuldades, mas nunca desistiram. Ultrapassaram preconceitos, barreiras, tabus e conseguiram chegar, cada uma ao seu objetivo. Vencer. Apesar das dificuldades, estando sempre de cabeças erguidas. Digo isso pois foi o que pude comprovar ao conversar com uma dessas pioneiras. Umbelina Francisca Alves, também conhecida como Dona Belíndia é uma das mulheres mais velhas de nosso município. Mulher sofrida que batalhou muito na vida e que hoje com seus quase noventa e três anos não perdeu a esperança e continua batalhando apesar das dificuldades. Ela que sofreu muito quando criança, tendo que trabalhar na roça para ajudar a família, casou-se e pouco tempo depois perdeu o marido, tendo que viver sozinha e sustentar a casa, aquela que nunca pode aprender a ler, pois o principal sempre era o trabalhar, e que hoje conta-nos tudo isso (com certa angústia às vezes, é claro), mas estando quase que sempre com um sorriso no rosto. Também, ainda podemos citar Maria Noemia, irmã de Umbelina, que foi a primeira cozinheira de nosso município, passava dias cozinhando para casamentos, festas, ocasiões em geral, tudo no fogão à lenha, e o que recebia, eram sempre os restos e as partes que ninguém mais queria. Tendo que, assim, criar suas filhas. Sem contar nas outras dificuldades que ela mesma passou e as de tantas outras mulheres também. Mas o que mais chama a atenção é que por mais que elas tenham sofrido, passado por dificuldades, é sempre comum vê-las dizendo: "Valeu a pena, pois foi com tudo isso que pude aprender e agradeço a Deus porque até aqui Ele tem me ajudado."
          Com isto, concluo que a vida é exatamente como disse Machado de Assis: "Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho. Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!"

                                                                                                                  (Alexandre Soares)

Um comentário:

  1. gostei muito assim muita gente nao saber o que quer dizer sofrimento nas estas mulheres e como outras por nao nao so tenhe elas sentio na pele,meus parabéns alexandre soares.um grande abraço

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