Minha terra não tem palmeiras,
muito menos sabiás.
Ouço aves invisíveis
e sons estranhos a soar.
Nosso céu não tem estrelas,
nossas várzeas não tem flores,
nossos bosques não tem vida
e nós não temos mais amores.
Ao pensar, todo inquieto
começo logo a me lembrar
do tempo que em minha terra
ouvia-se o som dos sabiás.
Corrupção e desigualdade
é o que hoje se encontra lá.
ao pensar, todo inquieto
menos prazer encontro eu lá.
Minha terra tem selvagens,
pedófilos a se espalhar,
abusando de crianças
desprezadas a chorar.
Mães que matam seus filhos
só para deles não cuidar.
Então pergunto a você:
Qual futuro minha terra terá?
Não deixe Deus que eu morra
sem que volte para lá
e veja minha terra mudada,
mas não assim como ela está.
Não veja o verde devastado,
nem o Manguaba nesse precário estado.
Não veja pessoas morrendo,
nem o descaso acontecendo.
Não presencie a natureza acabando,
nem os brejos e riachos secando.
Para que eu desfrute dos primores
e fale que minha terra tem mais amores.
Que minha terra tem palmeiras,
onde canta o sabiá.
E que as aves que aqui gorjeiam,
não gorjeiam como lá...
(Alexandre Soares)
Nenhum comentário:
Postar um comentário