A nossa amada e idolatrada pátria foi o último país a fazer a abolição da escravatura e se por um lado ocorreram mudanças significativas na lei, por outro, a mentalidade de boa parte da população não parece ter dado avanços tão significativos, uma vez que depois de tanta demora a população ainda não se adaptou por inteiro a todas as mudanças ocorridas. É comum vermos nos jornais, por exemplo, grupos de pessoas que foram libertadas de cativeiros onde viviam presas tendo que trabalhar exaustiva e freneticamente. Prova disso são os mais de 36 mil trabalhadores resgatados em situação idêntica à de escravos desde 1995, segundo dados do Ministério do Trabalho. Isso mesmo, esse é o nosso novo sistema escravista: as pessoas são usadas e abusadas, com quase nenhuma remuneração, direitos e como se fossem animais irracionais, vivem apenas de seguir orientações alheias, sem voz nem defesa.
Devemos acordar e lembrar que as verdadeiras mudanças só virão, por exemplo, através de uma verdadeira e promissora educação, reforma agrária e uma melhor distribuição de verbas, pois através desses meios a nossa sociedade estará mais estruturada e pronta para enfrentar situações semelhantes. Acredito no que disse Henry Peter: “A educação faz com que as pessoas sejam [...] impossíveis de escravizar”. Com um maior investimento educacional a visão da população abrir-se-á e todos entenderão que não temos o direito de tomar posse sobre ninguém e que todos nós fomos feitos igualitariamente livres.
Portanto, vamos à luta na tentativa de viver em paz com todos. Batalhemos por um futuro melhor, mais justo, igualitário e lembremo-nos sempre de que as correntes da escravidão só prendem as mãos, porém é a mente que faz livre o escravo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário