Segunda-feira de manhã. Peguei minhas coisas e fui caminhando para a escola, cansado de tudo e de todos, pois não aguentava mais tanto preconceito e por mais que eu fugisse continuava sendo perseguido por esta desgraça que me atormentava a cada dia. Não queria ferir e nem prejudicar ninguém, queria apenas ser feliz e viver a vida que tinha escolhido viver. A qualquer lugar que eu fosse não via consolo. Minha mente estava rodeada de pensamentos vingativos, não sei se contra os que me rodeavam ou contra mim mesmo. Assim, ao chegar em casa entrei no quarto e me pus a chorar... Passou-se um tempo e percebi que estava só. Numa atitude de desespero e meio que impensada corri até o corrimão da escada e lá amarrei meu cinto, e por mais que uma parte de mim dissesse que não deveria ter feito aquilo, uma outra me falava que eu deveria continuar. Então, subi em um banco e comecei a envolver pouco a pouco o cinto em meu pescoço. Estava muito dividido e não sabia mais o que fazer... Foi quando então como que por providência divina, de repente, passaram-se filmes por minha cabeça e comecei a me lembrar das coisas boas que já me aconteceram e a pressão psicológica só aumentava. Pensei então em descer e acabar de uma vez por todas com aquilo. Mas aí o pior aconteceu, no vai-e-vem de meus pensamentos, esqueci-me de onde estava e sem mais nem menos... Eu deslizei.
(Alexandre Soares)
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