O rio Manguaba que nasce
na Serra da Teixeira e vai seguindo seu caminho até desaguar no Atlântico em
Porto de Pedras, já foi muito navegado e serviu para o fluxo de mercadorias e
para o comércio entre portugueses e holandeses, com passagens de ilustríssimos
personagens como Dom Pedro II e Dona Leopoldina, mas isso já são águas
passadas, pois ele que já matou tantas vezes a fome de parte da população de
Jundiá e que foi tão importante para o crescimento da nossa cidade, hoje, se
encontra poluído. E isso, traz diversas consequências para nós mesmos que
usufruímos desse bem tão precioso, tanto na área comercial quanto na de lazer e
embora diversas pessoas não queiram acordar para essa situação ela está aí,
batendo à nossa porta, por isso escrevo esse artigo: porque vejo que a situação
do nosso querido rio Manguaba não é lá das melhores.
Muitas pessoas tinham o nosso rio como meio de
sobrevivência e tiravam dele o seu sustento, coisa que hoje é absolutamente
impossível. Moradores antigos contam que era enorme a quantidade de peixes,
crustáceos como o camarão e a lagosta e até de tartarugas, isso mesmo, não
pense que você leu errado. Tartarugas! É de causar espanto, não? Elas existiam
sim no rio Manguaba e em grande quantidade! Mas infelizmente a ação humana
colocou tudo isso a perder.
As pessoas começaram a poluir essas águas e com isso foram
matando todo tipo de vida animal existente no rio Manguaba e junto com a
poluição vieram também doenças para assolar ainda mais a vida dos moradores.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Jundiá desde o ano de 2003
até abril de 2012 foram registrados 9102 casos com suspeita de esquistossomose
com 892 casos confirmados, sem citar ainda, as outras doenças acarretadas pela
poluição das águas. Será que isso já não é o bastante?
Já é de conhecimento de muitas
pessoas que quanto mais se contamina a água dos rios, e quanto mais se pratica
outras formas de poluição, caminha-se para a exaustão da vida. Como disse
Cecília Bueno: “Se os cidadãos, individualmente, forem confrontados com a necessidade
da manutenção da biodiversidade para a manutenção da qualidade de vida de seus
descendentes, sem pensar exclusivamente em seus benefícios pessoais imediatos,
os benefícios de longo prazo começarão a ser visualizadas, percebidos enfim,
pelos humanos, e a conservação deixará de ser uma luta real de uma minoria e
retórica da maioria para ser integrada às atividades sociais de todos como um
fato normal e necessário à vida”.
Mas já é sabido que muitas
pessoas (inclusive dos poderes públicos) não atentam para essa situação e agem
de maneira desordeira sem ajudarem no processo contra a poluição do rio nem, ao
menos, se utilizando de métodos para acabarem com a poluição já existente. Como
disse, certa vez, Leonardo Boff: “Parca é a consciência coletiva que pesa sobre
o nosso belo planeta. Os que poderiam conscientizar a humanidade desfrutam
gaiamente a viagem em seu Titanic de ilusões. Mal sabem que podemos ir ao
encontro de um iceberg ecológico que nos fará afundar celeremente”.
Dessa forma, as nossas águas vão diminuindo e os
problemas aumentando gradativamente. E eu, particularmente, sem me calar em nenhum
momento, só peço a Deus que não me deixe morrer sem ver a mudança dessa
situação e a mente cauterizada desse povo mudada, que eu possa ver o rio
Manguaba limpo outra vez, a natureza restaurada, para que pelo menos um dia, ao
menos um dia, eu possa desfrutar dos primores que essa minha terra, como um
todo, ainda pode me oferecer.
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